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"A Aids não é mais pautada na mídia; nem faz parte do dia a dia da cidade"

O projeto Capital do HIV foi criado e executado no curso de Jornalismo da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), pelos estudantes Caroline Musskopf e João Henrique Mattos, sob orientação da professora Dra. Gabriela Almeida. O material começou a ser desenvolvido como um documentário em vídeo que tomava como gancho o encerramento da parceria entre a Organização Não Governamental Grupo de Apoio à Prevenção da Aids do Rio Grande do Sul (Gapa RS) e o poder público estadual, que resultou no despejo do Gapa da sua antiga sede, cujo aluguel era pago pelo governo do estado.

 

Entretanto, após a realização das oito primeiras entrevistas, nas quais as fontes estavam subdivididas em ONGs, Órgãos Públicos e Serviço de Saúde, percebemos que havia muitos outros pontos importantes a serem desenvolvidos para a produção de um conteúdo informativo consistente e abrangente sobre HIV/Aids, e que não caberiam no documentário em função da sua duração. Decidimos, assim, que o conteúdo deveria ser expandido em formato multimídia e publicado em uma plataforma própria, pois o documentário não seria o suficiente para desenvolver um panorama da endemia de HIV/Aids em Porto Alegre de forma satisfatória.  

 

O projeto foi norteado por algumas questões que deveriam ser respondidas ao público: por que Porto Alegre apresenta índices tão superiores à média nacional? Quem são as pessoas mais vulneráveis à infecção? Quais são os espaços de referência na prevenção, diagnóstico, apoio e tratamento ao HIV/Aids? Como atuam? O site que abriga o projeto reúne, de forma inédita no Rio Grande do Sul, grande quantidade de conteúdo jornalístico a respeito da endemia de HIV/Aids de Porto Alegre, a atuação das ONGs, as políticas públicas, o cuidado com as populações mais vulneráveis a infecções sexualmente transmissíveis e também informações de serviço, como formas de prevenção, diagnóstico e tratamento.

Considerando que a imprensa gaúcha pouco agenda o assunto, apesar de sua pertinência e relevância social, o projeto Capital do HIV tem como objetivos colocar em pauta a endemia de HIV/Aids e trazer, literalmente, essa discussão às ruas de Porto Alegre - por esse motivo, as entrevistas e as gravações foram realizadas em locais como Praça da Alfândega, no Centro Histórico, órgãos públicos e hospitais. A equipe apurou as informações que precisava para o desenvolvimento do conteúdo, mas também foi percebendo, aos poucos, as formas como a sociedade precisa estar constantemente debatendo e se informando sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), sem que isso seja constrangedor ou motivo de vergonha.

 

A execução do projeto, enquanto exercício de produção de jornalismo multimídia em profundidade, deixou claro o papel do jornalismo de cobrar o poder público e investigar o que está sendo feito de fato para que as pessoas que vivem com HIV tenham acesso a um diagnóstico rápido, um tratamento eficaz e uma rede de apoio articulada e com condições de exercer as suas devidas funções. Nessa mesma perspectiva, destacamos a importância das ações voltadas para a prevenção, principalmente no que diz respeito às populações-chave e às populações prioritárias, que são mais vulneráveis à infecção pelo HIV.

Agradecemos pela leitura!

Caroline Musskopf, João Henrique Mattos e Gabriela Almeida

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